Não saberei dizer em que escola, propriamente, me filio, na posição teórica que assumo. Talvez um funcionalismo de forte acento social, um imenso desejo de que o que escrevo venha a servir a comunidade que estudei e a nação a que pertenço. E, juntamente, um pendor pedagógico que me vem da vocação e do ofício. Sempre estou querendo ensinar, tornar claro e acessível o que escrevo. Daí que, uma vez por outra, entre em desvios, que se terão por escusados, mais para notas um tanto soltas do que para corpo organizado: o leitor me perdoará tais digressões. Cansarão, seguramente, os entendidos, mas satisfarão, creio, os que precisam de aprender. (…) O povo de Pitões me ensinou a ser mais directo, mais auténtico, mais o que sou e menos o que me obrigam a ser. Na sua linguagem livre estava o homem livre com que cada um de nós devia reencontrar-se neste mundo de formalidades e disfarces. Esta, uma das grandes lições que me deu. A outra, porventura maior, foi a que quotidianamente de todos recebi e constitui a própria substância do livro. Eles mo ditaram, só o escrevi. [Manuel Viegas Guerreiro]

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