Doutorada em História da Alimentação, a autora vem revelar-nos neste seu novo livro que, de facto, os vegetais já andam pelas nossas mesas há vários séculos, mesmo que alguns dos mais usados na culinária portuguesa – como a batata ou o tomate – só tenham marcado presença na Europa depois das viagens de Cristóvão Colombo. Cinquenta receitas do passado, com trinta espécies vegetais: da fava ao agrião, da beringela à alcachofra, do nabo ao feijão-verde, enfim, um manancial de ideias para vegetarianos e não só. Comiam-se couves na Roma antiga durante os banquetes para evitar a embriaguez e, no período medieval, os legumes eram frequentemente usados como resposta aos jejuns impostos pela Igreja. Sendo a motivação inicial do vegetarianismo a pureza espiritual, essa filosofia entusiasmou os Iluministas a ponto de acreditarem que a dieta vegetariana, associada à abstinência do álcool, podia resolver problemas tão graves como a pobreza e a fome no mundo.
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