Joseph Conrad põe na boca do sinistro Kurtz no seu conhecido romance O Coração das Trevas a frase que dá título a esta obra. Na época em que Conrad escrevia, todo o ambiente ideológico e toda uma abundante literatura justificam o colonialismo e o racismo em nome do «progresso» e da «civilização». Uma triste lei ditaria que os povos inferiores morriam ao entrar em contacto com os povos de cultura superior; se não morriam rapidamente, era um ato de caridade encurtar o seu sofrimento. O holocausto nazi foi único na Europa. Mas, afirma o autor deste livro, Auschwitz foi a aplicação industrial moderna de uma política de extermínio sobre a qual há muito assentava o domínio europeu na América, Austrália, África e Ásia. Ao longo de 168 capítulos deste livro fascinante -misto original de livro de viagens, relato autobiográfico e história das ideias- Sven Lindqvist penetra cada vez mais profundamente no continente africano e ao mesmo tempo revela uma espécie de geografia cultural «oculta», a teoria e a prática da expansão imperialista.

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